Ampliação da Itambé em Pará de Minas
Em meio à inauguração do mais moderno Centro de Distribuição (CD) da Itambé no Brasil, em Pará de Minas, no Centro-Oeste do estado construído com recursos de R$ 30 milhões - a cooperativa de lácteos anunciou investimentos para os próximos 18 meses que chegam à casa dos R$ 140 milhões. Boa parte do aporte, equivalente a R$ 80 milhões, será destinada à ampliação da fábrica em Pará de Minas, que passará da produção atual de 600 toneladas por dia para 1 mil toneladas diárias até o final de 2011
e abrirá mais 200 postos de trabalho. A gigante do setor de laticínios também quer aumentar sua participação no mercado
nordestino, limitado à Bahia, para produtos da linha de refrigerados, como iogurtes e requeijão. Hoje, somente o leite em pó e leite condensado chegam aos demais estados. Para isso, a empresa estuda a construção de uma fábrica de refrigerados no interior do Ceará até 2013 com capacidade de produção diária de 200 toneladas. O investimento previsto é da ordem de R$ 50 a R$ 60 milhões. Enquanto a sexta fábrica não é inaugurada, Pará de Minas será responsável pelo abastecimento de refrigerados na região, que só será possível com a expansão da capacidade de processamento em 66%. “Temos condições de vender até 10 mil toneladas para o Nordeste por mês”, garante o presidente da Itambé, Jacques Gontijo. Atualmente, a região responde por 40% do faturamento da cooperativa, enquanto Minas Gerais, responsável por 30% da produção de leite, representa apenas 15% do mercado. Com a chegada ao Ceará, a expectativa é de que a representatividade do Nordeste chegue a 50%. “Há quatro anos esse mercado cresce a taxas chinesas de 10% ao ano”, observa o executivo. Entraves o potencial de expansão é alto. “A média de consumo per capita de leite é de 100 litros por ano, enquanto no restante do Brasil chega a 160?, acrescenta Gontijo. Um dos entraves desse novo mercado é o fornecimento da matéria-prima. ”A produção de leite atual não é suficiente para atender a demanda, por isso é necessário um trabalho de fomento”, explica o presidente. Para atingir a plena capacidade de processamento da futura fábrica, seriam necessários 500 produtores com média de 400 litros ao dia. Outra barreira enfrentada pelo setor de laticínios em âmbito nacional é a concorrência com o leite proveniente dos vizinhos Argentina e Uruguai. “Está sendo importado diariamente uma Itambé inteira, o equivalente a 3 milhões de litros”, afirma Gontijo. Quem sai ganhando é o consumidor, já que a entrada do produto importado acaba
segurando os preços internos, ainda que estes estejam sofrendo reajustes, mas abaixo do esperado. Enquanto Isso…produto mais caro Levantamento do Mercado Mineiro com sete marcas de leite mostra aumento de preços de 7,7% a 12,5% entre janeiro e julho. Desde o último mês, a alta registrada foi de 1,4%, mas a previsão é de que chegue a 10%. Segundo a Itambé, reajuste de 4% a 5% já chegou ao consumidor este mês. A Itambé anuncia investimentos na fábrica de Pará de Minas e planeja unidade no Ceará para abrir leque no Nordeste.